Há exatamente
106 anos na então Vila Pinheiro (hoje Distrito de Icoaraci) época do Círio de
Nossa Senhora de Nazaré, nascia um dos mais talentosos poetas paraenses. Apesar
do curto intervalo de vida, soube expressar com riqueza de detalhes os
encantos, os problemas, a natureza, a letra, a música e a realidade da
Amazônia.
A Biblioteca
Comunitária Antônio Tavernard está em festa, pois ao resgatar o nome deste
grande ícone da Literatura Paraense oportuniza o acesso a sua vida e obra às
novas gerações.
Eis abaixo a
sua biografia e bibliografia para conhecimentos de nossos usuários.
Parabéns
POETA ANTONIO TAVERNARD.
MENTE, POETA
Mente, poeta! A vida apenas vale
Pela mentira que nos faz feliz.
Que nunca jamais teu verso cale
A mistificação
Ou a burla que desdiz
A dúvida infernal de um coração!
Mente, poeta! A vida apenas vale
Pela mentira que nos faz feliz.
Que nunca jamais teu verso cale
A mistificação
Ou a burla que desdiz
A dúvida infernal de um coração!
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BIOGRAFIA
O poeta Antônio de Nazareth Frazão Tavernard, nasceu em 10 de outubro de
1908, na antiga Vila Pinheiro, atual Icoaraci. Admirado por diferentes
gerações, Tavernard deixou um legado de poesias e prosas que valorizam a
cultura regional amazônica (FERREIRA, 1998, p.5).
Filho do teatrólogo Othílio de Alencar Tavernard e
Marietta Frazão, Tavernard, mostrou-se desde cedo como uma pessoa especial. A
família mudou-se para o centro de Belém e em 1926, Tavernard, entrou na
Faculdade de Direito do Pará, mas não concluiu o primeiro ano em razão da
hanseníase (FERREIRA, 1998, p.5). Maior parte de suas obras foram produzidas
quando ficou doente, sofreu por dez anos de hanseníase.
Foi redator-chefe da Revista “A Semana”. Em 1930, publicou o livro “Fêmea”, trata-se de um conjunto de contos. Lançou a comédia “A menina do 20.000”, em parceria com
Fernando de Castro. Escreveu em seguida: “A
casa da viúva Costa”; “Seringadela”;
“Que tarde” e “Parati” (FERREIRA, 1998, p.5). Escreveu ainda “Epopéia Azul” e a letra do hino oficial do Clube do Remo (LEÃO
CENTENÁRIO, 2005, p.5).
Tavernard gostava de livros e era extremamente sensível. A
versatilidade da produção de Tavernard é um dos fatores que mais impressionam
quem conhece sua obra. Mesmo com poucos anos de vida, conseguiu deixar uma
vasta produção de poesias e prosas.
No dia 02 de maio de 1936, um ataque cardíaco fulminante
tirava a vida do talentoso poeta icoaraciense.
Casa do Poeta: aprazível chalé onde o Tavernard nasceu em 10.10.1908 na então Vila Pinheiro. |
No chalé onde Tavernard nasceu, na Rua Siqueira Mendes, 585, em
Icoaraci, funcionou por um tempo desde 1986 a Casa do Poeta Antônio Tavernard,
porém, devidos problemas estruturais o espaço ficou ocioso para as atividades
que inicialmente fora proposto.
BIBLIOGRAFIA
Principais obras:
Místicos
e Bárbaros
Fêmea
A
menina dos 20.000 (comédia)
A
casa da viúva Costa
Seringadela
Que
tarde
Parati
Epopéia
Azul
Hino
Oficial do Clube do Remo
Mais de 250 poemas e poesias
Trechos de suas
principais poesias e poemas:
“Nasci em frente ao mar, Meu
primeiro vagido. Misturou-se ao fragor do seu bramido ” (Similitudes)
“Mais vale um grande amor passado e morto
que um pequenino amor sobrevivente ” (Mais
vale)
“A Amazônia proteiforme, medonha, é um
estúdio de assombros singular! Nela sente-se à noite, Deus a trabalhar.” (Entre o Eter e o Lodo)
“Cada um dá o que tem! Ah! Que verdade ! A
vida deu-me a dor e eu dou-lhe versos.” (Místicos
e Bárbaros)
“ A mulher que se ama é sempre aquela que
entre todas as belas, é a Bella, que entre todas as boas é a Boa.” (Agulhetas)
“Sol doente, sol de agosto. Morrendo como
uma flor. Eu também sou um sol-posto no
caso da minha dor”. (Quadra)
“Quando um homem chora a morte do seu sonho, há nesse
homem, o símbolo medonho de mil naufrágios e de mil ruínas.” (Carta de minha angústia)
“A
vida afinal de contas é um punhal com duas pontas. Suas feridas não se sente,
mas que
lâmina tão torta ! Se aos outros fere uma ponta, a outra lacera a gente.” (Scismares)
“Atletas
azulinas somos nós e cumpriremos o nosso dever se um dia quando unidos para a
luta o pavilhão sabemos defender. E nós atletas temos vigor, a nossa turma é
toda de valor.” (Hino do Clube do Remo)
Fonte: Biblioteca Comunitária Antônio Tavernard, 10.10.2014.
Fonte: Biblioteca Comunitária Antônio Tavernard, 10.10.2014.
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