A CAMPANHA
Em março de 2010, a sanção da Lei
12.244/10 garantiu um direito inalienável: até 2020 todas as
instituições de ensino do país, públicas e privadas, deverão ter
biblioteca. Sua efetividade, portanto, tem de ser tratada como
prioridade nacional.
Há recursos públicos para a educação que podem garantir a
criação e a manutenção de bibliotecas em escolas públicas. Portanto, a
convicção de que, com a cooperação entre os diversos setores, a
democratização do acesso às legislações e recursos existentes e o
controle social pela população, será possível planejar caminhos que
garantam a efetivação da lei e que assegurem, em 2020, que as metas
estabelecidas em 2010 sejam cumpridas, motivou a coalizão, por iniciativa do Instituto Ecofuturo, de organizações que desenvolvem trabalho de referência nas áreas de educação, leitura e biblioteca: Academia
Brasileira de Letras, Conselho Federal de Biblioteconomia, Fundação
Nacional do Livro Infantil e Juvenil, Instituto de Co-Responsabilidade
pela Educação, Movimento por um Brasil Literário, Instituto Ayrton
Senna, Instituto C&A, Rede Marista de Solidariedade e Todos pela
Educação.
A campanha EU QUERO MINHA BIBLIOTECA
tem o objetivo de divulgar amplamente essas informações aos gestores
públicos, aos candidatos às eleições municipais, em especial, aos
dirigentes de ensino, aos professores, à sociedade civil e aos cidadãos
brasileiros.
POR QUE TER UMA BIBLIOTECA EM ESCOLA
"Letramento em leitura é a compreensão, o uso
e a reflexão sobre textos escritos para alcançar objetivos pessoais,
desenvolver o conhecimento e potencial individuais e participar
plenamente da vida em sociedade.”
Pisa.
Pisa.
Segundo a Prova ABC 2011 (Avaliação
Brasileira do Final do Ciclo de Alfabetização), avaliação inédita da
qualidade da alfabetização das crianças que concluíram o 3º ano (2ª
série), apenas 48,6% dos alunos da rede dos governos municipal e
estadual alcançam os níveis de leitura esperados para o 3º ano do Ensino
Fundamental.
Ou seja, mais da metade (51,4%) dos estudantes não sabe tirar o tema de um texto que lê.
Outra pesquisa, Retratos da Leitura do Brasil
que tem a finalidade de estudar o comportamento leitor do brasileiro e o
acesso à biblioteca no país, revelou em 2012 que, comparativamente com a
pesquisa anterior, realizada em 2007, crianças e adolescentes estão lendo menos livros e que, entre os 5 e 17 anos, as bibliotecas escolares estão à frente de qualquer outra forma de acesso ao livro (64%), o que mostra a relevância de haver boas bibliotecas nos colégios brasileiros.
Resultados em Leitura do SAEB 2003 (Sistema
Nacional de Avaliação da Educação Básica) para a 4ª série (atual 5º ano)
indicam proficiência de 168 pontos quando até 25% dos alunos da escola fazem uso da biblioteca
e de 181 pontos quando mais de 75% dos alunos a utilizam regularmente.
Quando a biblioteca escolar tem um responsável, a média aumenta, e,
quando os professores realizam atividades dirigidas nesse ambiente, há
ganhos importantes e significativos na aprendizagem (Relatório INEP,
pág. 62).
Logo, é preciso, mais do que tudo, um amplo trabalho de
cooperação, de atuação conjunta da sociedade: juntas, pessoas e
organizações não governamentais atuando direta ou indiretamente com a
causa da leitura e reconhecendo a importância da cooperação e da
disseminação de informações para viabilizar bibliotecas em escolas que
ofereçam atendimento de excelência. Deve-se pensar o acervo de forma a
compor um estimulante conjunto inicial de livros, bem como prever sua constante renovação e atualização, para manter e atrair o interesse de seus frequentadores. É igualmente fundamental considerar a integração da biblioteca ao projeto pedagógico da escola,
desde o horário de funcionamento – incluindo o período noturno – até a
realização de um planejamento ajustado à disseminação da leitura
literária, que atenda e vá além da demanda curricular. E também é
importante a presença de profissionais preparados – com garantias de permanente requalificação – tanto para a organização dos espaços como para assessorar o leitor.
Como resultado, esperamos obter o
compromisso dos novos prefeitos com a efetividade da Lei e contribuir
para a construção conjunta de propostas para o aprimoramento de
políticas públicas na área de leitura no país.
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