terça-feira, 10 de outubro de 2017

109 ANOS DE NASCIMENTO DO POETA TAVERNARD


A Biblioteca Comunitária Antonio Tavernard parabeniza pelos 109 anos de nascimento do poeta TAVERNARD.

                                              Parabéns ao patrono da Biblioteca Comunitária. 


109 de nascimento do POETA TAVERNARD
10.10.1908 – 02.05.1936


                                           Antônio de Nazareth Frazão Tavernard

Nasceu em 10 de outubro de 1908, na antiga Vila de São João de Pinheiro, atual Icoaraci. Na Rua Siqueira Mendes nº 585, onde hoje localiza-se a Casa do Poeta. 







Deixou um legado de poesias e prosas que valorizam a cultura regional amazônica;

Filho do teatrólogo Othílio de Alencar Tavernard e Marietta Frazão Tavernard; 

Após o nascimento do futuro poeta, mudou-se para a Av. Conselheiro Furtado, esquina da Generalíssimo Deodoro, em Belém no Retiro São Benedito, onde foi construído o Rancho Fundo (casebre de madeira);

Em 1926, entrou na Faculdade de Direito do Pará, mas não concluiu o primeiro ano em razão da hanseníase;

 Maior parte de suas obras foram produzidas quando ficou doente, sofreu por dez anos de hanseníase e ficou isolado no Rancho Fundo;

 Em 1930, publicou o livro “Fêmea”, trata-se de um conjunto de contos;

Lançou no mesmo ano a comédia “A menina do 20.000”, em parceria com Fernando de Castro;
Escreveu em seguida: “A casa da viúva Costa”; “Seringadela”; “Que tarde” e “Parati”; 

Escreveu ainda “Epopéia Azul”, trata-se de um canto de amor pelo Clube do Remo, além de ter escrito a Letra do Hino Oficial do clube azulino;

Tavernard gostava de livros e era extremamente sensível; 

Mesmo com poucos anos de vida, conseguiu deixar uma vasta produção de poesias e prosas; 

No dia 02 de maio de 1936, um ataque cardíaco fulminante tirava a vida do talentoso poeta icoaraciense.

  Alguns de seus belos poemas: 

Cada um dá o que tem!
- diz o adágio, evangelista da sinceridade !....
Eu digo também,
Pensando nos meus sonhos vãos, dispersos....

Cada um dá o que tem!
Ah! Que verdade!......
A vida deu-me a dor, eu dou-lhe versos......


Obras reunidas de Antônio Tavernard, 1986, pág.47. In: TAVERNARD, Antonio. Místicos e Bárbaros, 1953.
 
 

Similitudes

Nasci em frente ao mar.
Meu primeiro vagido.
Misturou-se ao fragor do seu bramido.

Tenho a vida do mar!
Tenho a alma do mar !

A mesma inquietude indefinível,
que nele é onda, e é em mim anseio,
faz-nos tremer, faz-nos fremir, faz-nos vibrar.
Às vezes, creio
que da minha loucura do impossível
sofre também o mar.
Tenho a sua amplidão iluminada
- o meu amor; e seu velário de brumas
- minha mágoa.

Ruge a tormenta... e o que ele faz com a frágua:
embates colossais,
faço com a minha fé petrificada...
té que tudo se extingue em turbilhões de espumas
e de lágrimas... Destinos abismais!...

Guarda em si tempestades que estraçoam,
Cóleras formidáveis em mim guardo...
Sobre o meu pensamento, idéias voam,
voam alciões sobre o seu dorso pardo...

Meu gigantesco irmão,
Senhor do cataclismo,
se tens, por coração, um negro abismo,
eu tenho, por abismo, um coração.
Dentro de ti, quantos naufrágios, quantos,
de naves rotas pelos vendavais?!...
E, dentro de mim, sob aguaçais de prantos,
quantos naufrágios, quantos, quantos,
de sonhos, de ilusões e de ideais?!...

Faço trovas a alguém que não posso beijar
tal como tu, na angústia de querê-las
sem as poder tocar,
fazes, nas noites brancas de luar,
serenatas inúteis às estrelas...

Sou bem fraco, porém, e tu és forte...
Nada te vencerá, há de vencer-me a morte...
Embora!... Mar morto, água dormida
que por mais nada nem de leve ondeia,
hei de deixar meus versos pela vida,
como tu deixas âmbar pela areia!...

Obras reunidas de Antônio Tavernard, 1986, pág. 82-83. In: TAVERNARD, Antonio. Místicos e Bárbaros, 1953.






domingo, 8 de outubro de 2017

PARABÉNS ICOARACI - 148 ANOS DE HISTÓRIA, BELEZA E CULTURA



PARABÉNS ICOARACI – 148 ANOS DE HISTÓRIA 

A  Biblioteca Tavernard enquanto incentivadora da valorização e resgate da memória do Distrito de Icoaraci congratula-se com votos de felicidades a Vila Sorriso. 

Apesar das mazelas sociais tão presente no Distrito e da falta de interesse do poder público de melhorar os vários aspectos que norteiam o dia dia na localidade.  O resultado é o descaso tão latente nos casarões antigos e a perda da identidade histórica.

Desejamos nossos felicitações a Vila Sorriso e que possamos usufruir por dia melhores no Distrito. 


O atual Distrito de Icoaraci tem como data oficial de fundação o dia 8 de outubro de 1869 – data em que a pacata Fazenda Pinheiro foi transformada em Povoado com a denominação de Santa Izabel – mas já existiam muitos anos antes um pequeno povoado no local. 

Um pouco de sua história.......

No final do século XVII, Sebastião Gomes de Souza instalou-se em uma área elevada na confluência do Rio Pará (Baia do Guajará) com o Furo do Maguari, denominada de Ponta do Mel ou Melo (onde em 1650 viajantes portugueses haviam encontrado abelhas), construindo uma casinha de taipa para sua família com a intenção de implantar um engenho.
De acordo com o historiador Jose Valente na Ponta do Mel chegou ser cogitado pelos portugueses a construção de um forte para prevenir e defender o território conquistado das invasões estrangeiras devido a sua posição estratégica.
Em 13 de novembro de 1701 nascia a Fazenda Pinheiro quando o Sr. Sebastião requereu a Carta de Sesmaria ao Governador da Província do Maranhão e Grão-Pará General Fernão Carrilho, sendo confirmada a concessão em 15 de outubro de 1705 por Dom Pedro II, Rei de Portugal. O sesmeiro seria Pinheirense, cidade de Portugal.
Em 1762 a fazenda passou a ter novo dono, comprada por Antônio Gomes do Amaral que ao falecer, doou-a ao Convento de Nossa Senhora do Monte Carmo com exigência de que fosse rezada uma missa anualmente em favor de sua alma.
Em 13 de julho de 1824 a Ordem dos Frades Carmelitas Calçados já com a posse, vendeu-a juntamente com a Fazenda Livramento, área vizinha de onde retiravam argila para olaria, ao Tenente-Coronel João Antônio Corrêa Bulhões. As terras juntas mediam ¾ de léguas do igarapé do Paracuri no Tapanã até o pontão do Cruzeiro e, meia légua (3.300m) entrando pelo Furo do Maguari, indo até os limites do engenho do Coronel José Narciso da Costa Rosa. Bulhões adquiriu posteriormente a metade da ilha de Caratateua onde localiza o Outeiro – que pertencia a D. Tomázio Ferreira de Melo, viúva de Manoel Góes.
Em 7 de julho de 1838, após a morte de Bulhões, a filha e herdeira Marina Francisca Corrêa Bulhões, casada com Benjamin Upto Júnior, vendeu todas as terras ao Presidente da Província do Grão-Pará General Francisco José D’Andréa que deu início à instalação de um lazareto a ser administrado pela Santa Casa de Misericórdia. Por inviabilidade, 20 anos depois a Santa Casa devolveu o patrimônio ao Governo que tentou vendê-lo e não conseguindo, arrendou-o durante nove anos ao Sr. Adolfo Klaus.
Em 3 de maio de 1861 foi instalada na Fazenda a Escola Rural D. Pedro I, a primeira escola agrícola do Pará.
Em 8 de outubro de 1869 pela Lei Provincial nº 598, a Fazenda Pinheiro foi transformada em Povoado com a denominação de Santa Izabel, passando sua área a ser demarcada para definição de lotes e logradouros para em seguida serem aforados.
Em 16 de abril de 1883, a Lei nº 1167 deu ao povoado o novo nome de São João Batista sendo construída a Capela do mesmo nome. Em 6 de julho de 1895, a Lei nº 324 já do regime republicano, elevou o povoado de São João Batista a Vila, com a denominação de Pinheiro.
Em 31 de outubro de 1938, através do Decreto Lei nº 3.133, foi definido os limites interdistritais de Pinheiro. Sua área limitava com Val-de-Cans e Mosqueiro, abrangendo o Sub-Distrito de Outeiro.
Em 30 de dezembro de 1943, através do Decreto nº 4.505, assinado pelo interventor Magalhães Barata, fixou a divisão administrativa e judiciária do Estado, pelo qual a então Vila de Pinheiro passou a ser chamada Icoaraci.

Fontes: 1.CRUZ, Ernesto. A procissão dos Séculos. 2. JUNIOR GUIMARAES. Icoaraci: a Monografia do Megadistrito.

As Primeiras Ruas do Distrito e seus significados 

As primeiras ruas formaram-se a partir da execução da Lei Provincial nº 598, de 08 de outubro de 1869. No dia 28 de novembro de 1969, o cônego Siqueira Mendes, que exercia então o cargo de presidente da Província foi ao Pinheiro para assistir e ativar a demarcação e arruamento da localidade.
Foram demarcados e divididos oito (8) quarteirões em frente ao rio Guajará e seis (6) em frente ao furo (rio) do Maguari, cortados por dezesseis (16) ruas e duas amplas praças no interior da povoação. Das 16 ruas, sete (7) são paralelas ao rio Guajará, seguindo o rumo Norte/Sul e sendo consideradas como principais, enquanto que as outras nove (9) ruas são perpendiculares às primeiras, seguindo o rumo Este/Oeste. 

Rua Siqueira Mendes (1a. Rua), no início do século XX, em homenagem ao presidente da Província na época (foi a primeira rua a receber nome o qual permanecendo até hoje).

Rua 28 de Novembro, homenagem à data em que foram lançados os fundamentos da povoação. Hoje esta rua se chama Manoel Barata (2ª Rua).

Rua 8 de Outubro, data da assinatura da Lei Provincial nº 598, que deu ao Pinheiro a denominação de povoado. Hoje esta rua se chama Padre Júlio Maria Lombaerde (3ª Rua) – fundador da Congregação das Filhas do Coração Imaculado de Maria, que há 82 anos mantém um colégio na artéria.

Rua 15 de Agosto, comemorativa ao dia da instalação da Assembléia Legislativa Provincial (4ª Rua).

Rua 7 de Setembro, tributo cívico a independência do Brasil, hoje Coronel Juvêncio Sarmento (5ª Rua).

Rua Santa Izabel, denominação da povoação e Santa a que era dedicada à mesma (6ª Rua)

Rua 25 de março, dia do juramento da Constituição Política do Império. Atualmente rua 2 de Dezembro (7ª Rua).

Fontes: 1.CRUZ, Ernesto. A procissão dos Séculos. 2. JUNIOR GUIMARAES. Icoaraci: a Monografia do Megadistrito.